No decorrer da historia educacional brasileira muitos foram os encontros e desencontros entre currículo e didática, de forma que, em muitos momentos, as duas áreas estavam tão próximas que podiam ser confundidas como uma só área. Entretanto, em outros momentos estavam tão distantes que nem pareciam tratar do mesmo assunto: o processo de ensino. No entanto, os limites entre as duas disciplinas são tênues e facilmente transponíveis, visto que o ensino só se efetiva com base em um currículo e este só se materializa no memento do ensino.
O presente texto pretende fazer uma síntese da história de ambas as áreas, no Brasil, no período de 1940 até os dias atuais.
A questão da didática de ensino só começou a preocupar os educadores brasileiros a partir da década de 1940, devido à grande influência francesa na legislação de ensino, a qual deixava para o professor a escolha de "como ensinar" (didática), além de estabelecer uma clara determinação dos conteúdos (currículo).
No entanto, a partir da década de 1960, o panorama educacional brasileiro foi tomado pelo pragmatismo americano. Daí, então, houve uma redução dos conteúdos escolares e um aumento de liberdade na organização das propostas curriculares das escolas e sistemas educacionais fazendo com que os educadores do país dessem mais atenção ao currículo.
No entanto, não se pode negar que tanto o currículo quanto à didática têm objetivos bem delineados, pois o primeiro ocupa-se predominantemente das questões relacionadas à seleção e organização do conhecimento escolar, e a segunda prioriza o ensino como seu objeto de estudo. Mesmo assim, alguns estudiosos - por entenderem que qualquer um deles (currículo e didática) podem ser entendidos como mais abrangente que o outro - defendem a unificação de ambas as área de modo que o currículo, por envolver estudos da prática pedagógica, englobaria discussões sobre o ensino e, conseqüentemente a didática. Ou a didática, por estudar o ensino como um todo, no qual está presente a questão dos conteúdos escolares, poderia incluir o campo do currículo em seu seio.
Portanto, a escola precisa de uma nova organização de forma que não haja separação entre teoria e prática. Para isso, é necessário romper com o paradigma conservador, no qual uma minoria pensa e uma maioria executa. Além de construir uma maior interação entre curriculistas e especialistas em didática. E dessa forma, poder-se-á resolver o problema do distanciamento entre a produção teórica e a realidade vivida no cotidiano escolar.
Referências
Oliveira, Ma Rita. N.S (org.). Confluências ente didática e currículo. Campinas, SP: Papirus, 1998. p. 33 - 52.
Veiga. lima e CARDOSO, Ma H. (org.). Escola Fundamental: currículo e ensino. Campinas, SP: Papirus, 1995. p. 77 - 94.
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